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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Uma secreta fantasia

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Se fosse apenas eu a ler

a poesia que escrevo

ela não passaria de uma secreta fantasia

de uma mania como outra qualquer

 

Ainda que sempre valha a pena escrever

mesmo quando nem eu próprio compreendo

aquilo que escrevo

e não saiba bem o que quero dizer

 

Mas eu quero que a minha poesia

viva e tenha mais alegria

e que quem a lê-la se abrir

me ajude a descobrir

aquilo que eu quero dizer

 

Só por isso sempre a dou a ler

 

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domingo, 28 de outubro de 2012

Breves reflexões sobre a vida

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A vida é tudo o que somos

e o que não somos

 

O que temos

e o que não temos

 

O que amamos

e o que sofremos

 

O que nos afecta

e o que nos desperta

 

O que nos faz viver

e o que nos leva a morrer

 

É o adeus ao passado

a despedida do presente

a chegada do futuro

 

É cosmos que se revela

a divindade que se esconde

o mal e é o bem

 

É a incerteza do viver

a certeza de morrer

a dúvida do Além

 

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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O espelho da alma

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Percorro montes e vales

campos e cidades

à procura de um espelho

em que me possa ver

 

Encontro lagos

maciços gelados

edifícios espelhados

vidros de cristal

 

Apenas vejo imagens

miragens de mim

mil meias verdades

sombras do meu ser

 

Só posso ver o meu rosto

num espelho que o reflicta

à luz do dia

que o escuro repele

 

Só poderei ver o meu espírito

no espelho de Deus

que o revele

à luz do amor

que o concita

 

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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Quando o coração arde de amor sem se consumir

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Quando o coração arde de amor

sem se consumir

e aquece

sem queimar

e ilumina

sem ofuscar

 

Então…

 

A mente dispensa a matemática

para bem entender

a poesia não precisa de gramática

nem de rimar

os olhos não carecem de luz

para ver

à boca não falta o pão

para comer

e matar a fome

a paz não precisa de guerra

para se afirmar

e ninguém tem que matar

para sobreviver

 

Quando o coração arde de amor

e se não consome

jamais a paixão será ilusão

e nada na vida

é para esquecer

 

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domingo, 21 de outubro de 2012

Só a sua presença me fará esquecê-la!



Agora que partiu

e me deixou afogado em saudade

 

Agora que não a tenho ao pé de mim

de verdade

tudo me fala dela

e não deixa que eu a esqueça

 

Cada flor que sorri

cada ave que chilreia

cada criança que ri

as águas do rio que se precipitam fragorosas no açude

o sol que incendeia

a lua que se desnuda

e julga que com o luar me ilude

 

Tudo martela o nome dela nos meus ouvidos

aviva a sua lembrança na minha mente

e rasga o seu afecto no meu coração demente

repartido por todos os sentidos

 

Se a fome me desperta

se o cansaço me toma

se me assalta o desejo

é nela que penso

 

Como poderei esquecê-la se tudo em meu redor

dentro de mim grita por ela?

 

Acaso posso abafar o vento

silenciar as aves

calar as crianças

apagar as estrelas

secar as flores

matar a saudade que me consome por dentro?

 

Só a sua presença me fará esquecê-la

 

Que venha!

Que regresse

se pretende que eu a esqueça.


Vale de Salgueiro, sexta-feira, 3 de Abril de 2009

Henrique Pedro


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Pedro, pedreiro de poemas

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Arranca o poeta uma ideia

cheia

tamanha

da montanha da inspiração

 

Uma pedra

de angústia

dor

amor

ou saudade

 

Um penedo

de coragem

medo

ou desilusão

 

Olha-a na perspectiva da verdade

burila-a com os olhos e os ouvidos

afina-lhe a imagem

com os cinco sentidos

 

Martela-a com o coração

afeiçoa-lhe o metro e a rima

adoça-lhe a entoação

e doura-a de fantasia

 

Assim o poeta compõe

uma peça de poesia

que expõe

ao olhar

da multidão

 

Na ideia de que será digna de figurar

numa antologia

paradigma de criação

 

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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Levanto-me e caminho…

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Sozinho

levanto-me e caminho

levado pelo vento

da verdade

que sopra de todo o lado

a todo o tempo

 

Paixão que me assola

saudade que me consola

milagre que já tarde

tarda

 

Absorto na lembrança do futuro

no desejo imaturo

de ser feliz

 

Abjuro o poder

anelo a glória

agarro-me à raiz

recuso ir-me embora

 

Vou andar por aí

mundo fora

ficar por aqui

ao lado dos meus

 

Caminhando por mim a dentro

para onde mais forte sopra o vento

na procura de Deus

 

O Cosmos é o meu Templo

 

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domingo, 14 de outubro de 2012

Poema da morena

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Não tenham pena

da morena

por não saber ler

que a morena

sabe escrever

e dizer

melhor

que ninguém

 

Escreve poesia

como nunca li

que deleita

e sabe bem

 

De noite

ou dia

quando anda

quando fala

quando dança

quando canta

se deita no leito

no perfume que exala

ou simplesmente sorri

 

Cada trejeito

seu

é um verso

um universo

de bem escrever

que faz o jeito

meu

 

E seu corpo é um poema

de poesia de encantar

que só mesmo a morena

sabe como declamar

 

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sábado, 13 de outubro de 2012

Rosas remanescentes

 

Rosas remanescentes

 

A quinze de Outubro

dia do teu aniversário

caminharemos mais uma vez de mãos dadas

gozando os derradeiros raios de sol do dia

que inunda todo o espaço com poesia

neste mês de Brumário

 

Rosas remanescente das roseiras raras

que trataste com enlevo na Primavera

continuam a “rosir” iluminando de cor os canteiros

como se fossem sorrisos permanentes

 

A lembrar-nos que a vida será um amor eterno

se assim quisermos

mesmo que saibamos que já não somos adolescentes

e que caminhamos para o Inverno

 

Quando já as romãs sorriem de contentamento

desafiando os ouriços nos castanheiros

e só os pinheiros e as oliveiras continuam folheadas

porque o seu verde é perene

 

Todas as demais árvores

já se despedem das folhas amarelecidas

sem lamento

entristecidas de tristeza estreme

porque em breve serão despidas pelo vento

 

Como os diospireiros surreais já completamente desnudados

feericamente emoldurados de vistosos dióspiros

encarnados

carnais

condenados a apodrecer dilacerados pelos pardais

como se fossem inconsequentes suspiros

dependurados ao tempo

teimando em não morrer

 

Eu quero que estes efémeros momentos

de amor aberto e suave alegria

fique melhor registado que numa máquina fotográfica

ou numa câmara de cinema

 

Prefiro usar o dom da poesia e gravá-lo em poema

que para lá da imagem e do som

melhor regista afectos e sentimento

 

 

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 6 de Outubro de 2008

Henrique António Pedro


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Futuro de ontem, passado de amanhã.

 

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Vivo a pensar

no presente

no passado

no futuro

e vivo para lá retornar

 

Não sei se ao futuro

esquecido

se ao presente

sofrido

se ao passado

recordado

 

Vivo de sonhos

de lembranças

de esperanças

das sensações que a cada momento

o mundo me causa

sem pausa

de pensamento

ou sentimento

 

Não foi igual ao de anteontem

o meu futuro de ontem

 

Nem o meu futuro de hoje

será igual ao de amanhã

nem o de amanhã

será igual ao de depois de amanhã

 

Nem o meu futuro do futuro

será igual ao futuro

 

Só na minha mente malsã

o futuro de ontem

será o passado de amanhã

 

Futuro eu

que não sei que futuro

Deus me deu

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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A florir no devir



A florir no devir

 

Qual árvores enraizadas nos corpos arraigados à terra

que voam pelo universo agarrados ao planeta mãe

 

De ramos a roçar as estrelas

agitados pelo sopro

do vento

do além

 

Vivificados pela dor

e pelo amor

verso do desgosto

que embriaga como vinho mosto

 

É por aí

por aqui

por além

por dentro do meu sentir

que eu vou

e voo também

 

A florir no devir

 

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 8 de Outubro de 2012

Henrique António Pedro



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Deixei de querer agarrar a Lua

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Deixei de querer

agarrar a Lua

porque me dizem

que tal

é uma estupidez

 

Mas acreditem que não desisti

de vez

 

Como também não deixarei de fitar

o Sol

só porque me disseram

que posso cegar

 

Fugirei, porém

de me apaixonar

só por querer amar

mais e mais

 

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