Arranca o poeta uma ideia
cheia
tamanha
da montanha da inspiração
Uma pedra
de angústia
dor
amor
ou saudade
Um penedo
de coragem
medo
ou desilusão
Olha-a na perspectiva da verdade
burila-a com os olhos e os ouvidos
afina-lhe a imagem
com os cinco sentidos
Martela-a com o coração
afeiçoa-lhe o metro e a rima
adoça-lhe a entoação
e doura-a de fantasia
Assim o poeta compõe
uma peça de poesia
que expõe
ao olhar
da multidão
Na ideia de que será digna de figurar
numa antologia
paradigma de criação
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