Martelo
palavras sem jeito
ao ritmo do
que me vai no peito
Teclo por teclar
sem pauta nem
rima
é a angústia
que me anima
Sentimentos
sem razão de ser
sem tegumento
que se me
enrolam no corpo
como sarmento
de videira
Quiçá sopro
de vento divino
que me
embriaga como vinho
a vida
inteira
Sou um cálice
transbordante
de poesia
poção
efervescente de fantasia
Bebo
o meu próprio
sangue
e exangue
continuo a
cantar
Até que adormeço
na esperança
de tornar a
acordar