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sexta-feira, 17 de março de 2017

Quem tem olhos tem alma




Quem tem olhos tem alma
ainda que bom
ou mau
coração

Quem tem olhos tem alma
e pensa
embora possa não ter razão

Quem tem olhos tem alma
mas menos vê
se anda cego
de ambição

Quem tem olhos tem alma
e chora
embora possa chorar
sem sentir
compaixão

Quem tem olhos alma
e a luz do amor
no seu interior
embora possa não amar
por não querer

Quem tem olhos tem alma
embora possa não ver
nem acreditar




terça-feira, 14 de março de 2017

Pão, amor e poesia



Como o pão que me alimenta
é a poesia que me sustenta
me faz viver
lutar
sorrir
resistir

Porque há um nexo de esperança
de inabalável alegria
e verdade
na minha poesia

Uma constância de Fé
que tem no Amor a força maior
na Verdade o caminho
em Deus origem e destino
e só encontra fim na Eternidade

Às vertigens de angústia
que por vezes me assolam
temores de que me engano a mim mesmo
receios de que apenas iludo a minha dor
respondo com relances de espiritualidade
que me consolam
e iluminam a Razão

A minha poesia é teimosia
ardor visceral
intemporal
mais forte do que eu

Deus ma deu
a plantou no meu coração



sábado, 11 de março de 2017

O que mais a mim me faz pensar…





Ainda assim

o que a mim mais me faz pensar…

 

É justamente admitir que um dia

irei ter que me separar

daqueles que por tão bem lhes querer

ainda mais a vida me fazem amar

 

É pensar na razão de ser

de tão puro amor interior

e na dor

de um dia ter que os perder

 

Consola-me a ideia, porém

de que o Criador, para nosso bem

e para nos pôr a reflectir

assim o quis dispor

 

E por força desse pensamento

rasgar-nos o coração por dentro

a Alma e a Razão nos abrir

garantindo-nos a Redenção

numa terna e eterna união

 

Vale de Salgueiro, quarta-feira, 27 de Junho de 2012

Henrique António Pedro

 

 

 

quarta-feira, 8 de março de 2017

Há sempre uma mulher que me inspira



Há sempre uma mulher que me inspira

Sempre que o meu espírito se diverte

sem que nada diga

à Razão

 

E procura na poesia

a luz

o sorriso da alegria

o sentido da vida

um lampejo de paixão

 

Há sempre uma mulher que me inspira

que me conduz

me excita o coração

 

Uma mãe

uma amiga

uma amante

vivendo perto

longe

distante

no além

 

O seu olhar

o seu falar

o seu amor

a sua dor

a sua recordação

semeiam na minha mente

a semente do dilema

que se acende

e arde em poema

 

Pensamento pensado com emoção

qual laivo de vento

que é tormento

agora

mais tarde

agora já não

 

Henrique António Pedro

in Mulheres de Amor Inventadas 

Copyright © Henrique Pedro (prosaYpoesia) 

1.ª Edição, Outubro de 2013 

Depósito legal n.º 364778/13 

ISBN: 978-989-97577-2-1


sexta-feira, 3 de março de 2017

Um poema poderá ser uma ave solitária




Um poema poderá ser uma ave solitária
ornada de penas

Que pousa
nas antenas dos telhados
ao lusco-fusco do fim do dia

E o seu canto o ciciar dos namorados
ao amanhecer
ou o simples roçagar de asas
do coração

Poderá ser uma ave solitária pensando na vida
a olhar  o mundo de cima
recortada no luar
à procura de que rumo tomar

Uma ave que solta um pio
levanta voo
e se perde no fumo
da imaginação

Um corvo sem alegria
da Lua enamorado
negro como a noite
à procura de um sol que o acoite

Um poema
bem poderá ser o que bem se quiser

Um pássaro
o Sol
a Lua
uma mulher nua poisada na rua
a poesia da criança a aprender a andar
para alegria dos pais

Um poema poderá ser tudo
aquilo que ao poeta aprouver
e ainda muito mais




segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Sempre me dizia que partia mas ficou




Mil vezes ela me dizia
que partia
amuada
mas sempre ficou
ainda mais apaixonada

A toda a hora me dizia
que se ia
embora
e voltou

Eu sabia que sempre que ela partia
não tardava
que curta seria
a demora

Mil vezes o meu coração se partia
mas me dizia
que ela apenas pretendia
que eu lhe desse mais atenção
mais ainda da que lhe dou
agora

Vou continuar a deixá-la dizer
que vai
e não vai
a ir e a vir
a partir e a ficar
a fazer o que quiser

Mais atenção ainda assim
ela a mim
me vai dar

E só não lhe digo que eu
também me vou
com o receio
que de permeio
ela se vá
e vá demorar